segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Vida na escola e a escola da vida



Voltar a uma sala de aula como aluna, após quatro longos anos desde minha última experiência (que durou apenas 1 semestre), não é fácil, nem me deixa tranquila. Não é pelo medo de me jogarem ovo no cabelo, nem pelos possíveis trotes, o medo é o meu medo, as lembranças terríveis que tenho dos tempos de escola.

Crianças podem ser malvadas. Não vou nem citar os meninos, mas também as meninas, das quais me aproximava para tentar ser aceita e que suas outras amigas-iguais, querem a atenção exclusiva e não querem dividir com 'alguém' indefinido e sem graça.

Adolescentes podem ser cruéis, e quase sempre o são. Fui ofendida e perseguida por anos e por este motivo a hora do recreio era o meu maior tormento, passei a me trancar na biblioteca e ficar la, estudando, lendo (ao menos algo de bom).

Ter sido vítima de bullying (que na época nao se falava nem se era difundido como hoje) foi algo marcante e traumatizante. Por sorte, não afetou em minhas notas, pelo contrário, sempre fui uma boa e dedicada aluna (tire física e matemática ta?). A minha situação era ainda pior, eu era completamente apaixonada pelo meu colega de sala e isso se tornou notório, pois tentava ajudá-lo nos trabalhos, nas tarefas, nas provas, queria fazer carinho e virei motivo de perseguição e de discriminação na escola. Quando finalmente fui encaminhada para a pedagoga, ela me disse para ocultar e mascarar meu comportamento para ter uma boa vivência escolar. Isto, num colégio particular dos mais tradicionais da cidade. Quando eu a vejo (vez ou outra) pela cidade, tenho vontade de parar e dizer o quanto ela foi cruel e incompetente com uma adolescente de 14 anos.

Tudo isso e mais um pouco me marcou, minhas duas faculdades que comecei e não terminei, por medo, por receio, dessa vez surge diferente. Nenhum problema com documentos, com nomes, com medos do "e se", com a força da família, do amado, dos amigos, ergo a cabeça (fisicamente ao menos) e hoje enfrento a turma, ao menos fazendo algo que amo, que adoro e que totalmente me identifico.

Se tem algo que meus filhos vão ter em casa, é educação, é respeito pelo diferente, é aprender a conviver, pois ser diferente, é normal. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sol, você que não fuja de mim!



Como as aulas recomeçam depois do carnaval e tudo volta ao normal, viajar na semana que antecede, já virou uma tradição pra mim. Fugir completamente da rotina, do agito e da badalação, mesmo que indo para a praia.

E viajar a dois? Quer coisa melhor? Eu amo! Adoro ir ouvindo nossas músicas, curtindo as paisagens da estrada, parar e tirar fotos, revezar na direção, é uma cumplicidade enorme!

Pra quem gosta de pular, boa badalação, pra quem gosta de sossego, boas dormidas, enquanto isso, vou ficar no calor escaldante dos 40graus, fazendo minhas palavras-cruzadas na areia embaixo do guarda-sol rsrs!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Como ninguém jamais te amou


Carrego seu coração comigo (eu o carrego no meu coração)

nunca estou sem ele (onde quer que eu vá, tu vais, querido;

e o que quer que seja feito por mim, tu também o faz, meu querido)



não temo o destino (pois tu é meu destino, meu amor)

não quero conquistar mundo algum

 (pois lindo, tu és meu mundo, minha verdade)

e tu és o que quer que a lua tenha sempre significado

e o que o sol irá sempre privilegiar, és tu



e aqui está o mais profundo segredo, aquele que ninguém sabe

(aqui estás a raiz da raiz, o botão do botão, o céu dos céus de uma árvore chamada vida;

que cresce mais que a alma pode imaginar ou a mente esconder)

e esse é o mistério que mantém as estrelas no horizonte
carrego seu coração (eu o carrego no meu coração)
e.e.cummings
(Tradução e adaptação da blogueira)

Versão mais que perfeita, da Vanessa Mata da música de Guilherme Arantes, quem não ouviu, ouça.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A rainha e eu

Imperatriz Farah Diba e o Xá

O Irã já viveu em tempos de modernidade, crescimento econômico e influência americana, mulheres sem véu e sem burca e com direitos iguais aos dos homens. Isso quando o Irã ainda era a Pérsia, ainda uma monarquia ditatorial, sem influência teocrática, até 1979, quando Khomeini deu o golpe de estado, a revolução islâmica.

O Xá Reza,  não era um exemplo, era firme e comandava com mãos de ferro, mas como diz Farah no incrível documentário "A Rainha e eu" não chega nem perto de como está o Irã hoje.

Sinto pena pelos iranianos e também pela cultura de seu povo, sua história como nação, um país que tem um incrível potencial turístico sem ser explorado, um país aprisionado devido ao comando radical do governo islâmico do ditador mascarado como presidente.

Por intermédio da atriz iraniana Shohreh Aghdashloo (expulsa e proíbida de retornar ao Irã), Nahid Persson Sarvestani, uma cineasta iraniana (igualmente expulsa e proibida de visitar seu país) que quando jovem era antimonarquista e chegou a participar ativamente de movimentos contra Farah e o Xá, fez o documentário com respeito, admiração e seriedade. Atualmente Farah reside em Paris onde tem asilo político e mordomias de chefe de estado e mantem seu padrão de vida. As filmagens foram interrompidas várias vezes por diferenças de idéias entre ambas e quase chegou a ser cancelado.

A cineasta declarou no festival de Sundance (onde concorreu o documentário) que embora não tenha mudado de opinião sobre a monarquia iraniana, mudou de opinião sobre Farah Diba, tendo o final surgido até mesmo uma amizade entre ambas, que passam a se respeitar e a admirar suas histórias de vida, tendo em comum o sonho de voltar ao Irã, restituido a uma democracia ou uma monarquia parlamentarista (o sonho de Farah é ver seu filho empossado Rei).

Fica minha dica deste incrível e curioso documentário, e a espera que logo o Irã seja liberto deste regime ditatorial e teocrático que vive.
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